Existe um dilema dos comunicadores diante do desafio de tornar públicas questões sensíveis e polêmicas envolvendo suas organizações.
No mundo corporativo a comunicação transparente é necessária, mas deve ser planejada. Essa sim ajuda a estabelecer uma relação de confiança entre a organização e seus públicos estratégicos. O ponto de equilíbrio está no uso da linguagem.
George Orwell escreveu: “ O grande inimigo da clareza de linguagem é a falta de sinceridade. Quando existe um hiato entre as verdadeiras intenções da pessoa e o que ela afirma desejar, ela como que por instinto se refugia em palavras longas e em lugares comuns, como uma lula esguichando tinta”.
Para a integridade de a organização ser preservada precisamos estar sensíveis ao outro, ou melhor, é fundamental ter uma percepção do outro, para entender seu estilo de comunicação e trabalhar o desenvolvimento de sua própria comunicação.
“Adotar uma atitude mais sincera e expressá-la com um discurso claro, que respeita a inteligência do interlocutor e considere devidamente aspectos legais, contratuais e de governança, não colide em absoluto com os interesses de uma organização. Ao contrário, valoriza-a e contribui para aproximá-la de seus públicos, além de aumentar as reservas de credibilidade tão necessárias nos momentos de crise.” (Brandão & Bittencourt)
ORWELL, George. Politcs and the English Language. Horizon, abril, 1946.
BRANDÃO, Luiz F. & BITTENCOURT, Paulo H. . Que história é essa? In Revista Marketing Industrial. Ano 17, 60.