Setores da economia pressionam funcionários a tomarem a vacina

Publicado em R7.

As empresas têm estimulado trabalhadores a tomar a vacina contra a covid-19 para o retorno seguro das atividades e da economia. Mas alguns setores já começaram a se posicionar pela imunização compulsória. A Prefeitura de São Paulo anunciou neste sábado (7) que tornou obrigatória a vacinação para servidores e funcionários da administração direta, indireta, autarquias e fundações.

No setor privado, o Sindresbar (Sindicato de Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo e Região), que reúne estabelecimentos de 22 cidades do estado, incluindo a capital, emitiu na última semana uma nota técnica em que libera empresários do setor a demitir por justa causa os funcionários que se recusarem a ser vacinados contra a covid-19, assim como orienta o Ministério Público do Trabalho (MPT). A única exceção é se houver motivo clínico para a recusa, com razões médicas documentadas.

Um pouco antes, em julho, a Justiça do Trabalho em São Paulo confirmou a demissão de uma trabalhadora que se negou a ser imunizada em duas ocasiões. Por unanimidade, a 13ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região confirmou decisão de 1ª instância que validou a dispensa por justa causa. A mulher atuava como auxiliar de limpeza em um hospital municipal infantil em São Caetano do Sul (SP). Nesse caso, as orientações do guia interno do MPT também fundamentaram a decisão.

Por sua vez, embora não tenha imposto a obrigatoriedade da vacina a seus empregados, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) afirmou que “a vacinação em massa dos brasileiros é fundamental para o retorno seguro às atividades diárias e ao trabalho”. Além disso, a entidade informou que colocou a estrutura do Serviço Social da Indústria (Sesi) à disposição do governo e está apoiando o Sistema Único de Saúde (SUS) na aplicação de vacinas na população em geral e em trabalhadores da indústria.

Estados Unidos

O que vem acontecendo no Brasil é uma tendência que já se verifica em outros países. Nos Estados Unidos, o Facebook e o Google estão condicionando a volta aos escritórios, a partir de outubro, à imunização de seus funcionários. Em julho, um porta-voz do Facebook alertou em comunicado interno que será exigido o comprovante de vacinação de seus colaboradores no retorno a qualquer de seus campi.

Atuação de procuradores

O documento do MPT, lançado no início deste ano e que tem baseado o posicionamento de algumas organizações, é um guia interno para orientar a atuação de seus procuradores em casos que envolvam a vacinação de funcionários. A recomendação é incentivar as empresas a investir em conscientização e negociar com seus funcionários, de modo que os desligamentos só ocorram em último caso. Mas o órgão adverte que a mera recusa individual e injustificada à imunização não poderá colocar em risco a saúde dos demais funcionários.

A orientação do MPT foi anunciada pouco tempo depois de o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) definir que a vacinação compulsória contra a covid-19 é constitucional. A Corte decidiu, em dezembro, que o Estado pode impor, àqueles que se recusam a ser imunizados, medidas restritivas previstas em lei, como multas, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola, entre outras.

Convicções filosóficas

Em relação à decisão do STF, a advogada Fernanda Perregil, especialista em Direito do Trabalho, esclarece que a recusa à vacinação não pode ser motivada por convicções filosóficas, religiosas ou ideológicas – um dos temas do debate na Corte. “A recusa só pode ser justificada por questões excepcionais, como uma contraindicação médica, assim como define o MPT”, explica.

Segundo Fernanda, a vacinação é uma forma de proteção de toda a coletividade. “Existe, então, uma responsabilidade do empregador de divulgar políticas de conscientização, de resguardar o ambiente de trabalho e de informar seus empregados sobre a importância da imunização”, diz a advogada. Na medida em que o empresário cumpre essas responsabilidades, o interesse particular de um funcionário que não quer se vacinar não deve prevalecer sobre o interesse coletivo de combate à disseminação do vírus.

A especialista explica que a vacinação equivale a um equipamento de proteção coletiva (EPC), e a recusa à imunização pode ser enquadrada como um ato de indisciplina e insubordinação – situações que fundamentam a demissão por justa causa. “Afinal, o empregado está colocando em risco a saúde de seus colegas e, dependendo do setor, de seus clientes”, afirma Fernanda. “Embora possa ser objeto de uma ação trabalhista, o desligamento em casos como esse é legítimo.”

Primeiras medidas

Apesar de ser uma medida amparada por lei, o procurador regional do Trabalho Luciano Leivas, vice-coordenador nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat) do MPT, reitera que a demissão por justa causa não é a primeira conduta recomendada (veja vídeo no final do texto). “O empregador deve, antes de tudo, prestar a mais ampla e transparente informação sobre a importância da imunização de seus trabalhadores, no sentido de garantir a saúde coletiva.”

Se, ainda assim, houver uma recusa que não seja clinicamente fundamentada, Leivas diz que o trabalhador pode ser colocado em teletrabalho. “Caso isso não seja possível, e esgotadas todas as medidas, pode-se admitir, com base na lei 13.979, em conjunto com a interpretação do STF, a aplicação da sanção contratual, ou seja, a justa causa, por descumprimento de uma ordem tecnicamente fundamentada”, afirma o procurador.

Diálogo com funcionários

Assim como Leivas, Juliana Algodoal, especialista em comunicação corporativa, acredita que o desligamento não pode ser a primeira conduta da empresa. Para ela, a melhor forma de evitar a demissão é apostar no diálogo com os funcionários. “É preciso explicar claramente a importância da vacinação, e seus benefícios à saúde, econômicos, sociais e até para a família da pessoa.”

Conscientizar o funcionário, de acordo com a especialista, é uma maneira de transformar a sociedade. “Demitir não é a melhor opção. Por outro lado, quando o líder conscientiza por meio da comunicação, engajando todas as áreas, ele promove essa transformação”, afirma Juliana.

Confraria da fala

É um clube exclusivo e reservado aos profissionais que estão e aqueles que estiveram conosco e que desejam seguir se desenvolvendo como comunicadores e, por exemplo, testar suas palestras para um público altamente qualificado. A liderança nesse nível é solitária e ter reuniões bimestrais para poder compartilhar com segurança reflexões que envolvem posicionamento, atitude e comunicação é a proposta da Confraria. Para se inscrever, saber as datas e participar da próxima confraria clique aqui.

Preencha os dados e baixe seu e-book gratuitamente.

Cadastro Confraria da Fala

Confraria da fala

A Confraria da fala tem por objetivo promover encontros com duas horas de duração, confidenciais e fechados para que os profissionais do C-Level possam desenvolver juntos skills relacionados à comunicação para dentro e para fora da empresa. Se você quer levar para sua empresa pode nos enviar um e-mail para confraria@linguagemdireta.com.br que marcamos uma reunião.

Palestras

São módulos curtos que despertam a consciência, incentivam o autoconhecimento e trazem lições importantes para o desenvolvimento pessoal, interação com o outro e o dia a dia da vida na empresa.

On Demand

Cada empresa tem um posicionamento e uma questão a ser tratada. A presença de um fonoaudiólogo estrategista em comunicação e especialista no mercado corporativo atua no equilíbrio entre o que o profissional fala e representa. É um processo que tem o foco no aperfeiçoamento que prepara o profissional respeitando sua autenticidade e a mensagem a ser transmitida. Trata-se de mapear e prevenir riscos e de amplificar oportunidades.

Ações realizadas on demand:

  • Media Trainning
  • Preparação para Porta Voz
  • Oratória para exposição pública
  • Preparação para vídeos, podcasts e mídias sociais

Transição de carreira

A transição de carreira pode ser fora ou dentro da empresa e sempre tem entrevistas. Preparar-se para cada entrevista é importante, pois traz posicionamento correto e visibilidade. É um novo olhar para as potencialidades que cada profissional tem visando transformar este conjunto em comunicação alinhada com o próximo passo na carreira.

Construção e preparação de Elevator Pitch

Elevator Pitch: você tem o seu? Se não tem, deveria. Essa forma de se comunicar, breve e assertiva, requer segurança ao falar. O trabalho envolve atuar com sua voz, seu corpo e com a estruturação do discurso mantendo a essência individual.

Tímidos, introvertidos e reservados

Muitos profissionais acreditam que, por serem tímidos, não podem ter exposição e ascensão na carreira. Se esse é seu caso, saiba que isso não é verdade. Há ferramentas e técnicas que podem te auxiliar a aumentar a visibilidade mantendo sua essência e autenticidade.

Mulheres na liderança

Mansplaining, Gaslighting, Bropriating? Esses e outros termos são muito conhecidos por mulheres que estão na liderança. Existem ferramentas de superação destes vieses que tanto dificultam a ascensão na carreira feminina. Este programa prepara mulheres para a realidade do mercado e o potencial de suas vozes. É uma das grandes especialidades da Linguagem Direta.

Coaching de comunicação, posicionamento e reputação

Comunicação é tudo! Cada profissional tem seu próprio estilo de comunicar-se. Saiba quais são as suas forças e tenha mais ferramentas para alavancar sua carreira. O coaching de comunicação é totalmente customizado, pois autenticidade e transparência são individuais.

Comunicação não violenta

O conflito produtivo ajuda as pessoas a se movimentarem. O conflito mal gerido é um transtorno nocivo ao indivíduo e ao meio em que ele atua. A Comunicação Não Violenta é uma das formas de solucionar divergências, ao mesmo tempo, encontrar um caminho positivo para todos os envolvidos. Aprender quando e como utilizar essa estratégia é o grande diferencial para crescimento profissional e pessoal.

Assessoramento "on the job"

Profissionais do primeiro nível dentro de uma empresa são frequentemente demandados para exposições públicas, eventos, entrevistas, condução de reuniões e feedbacks para o time, entre outros. O assessoramento focado nessa demanda é estratégico, preparando o profissional com assertividade.

Estratégia para todas as audiências

Saber se expressar bem em público é uma habilidade obrigatória para qualquer profissional. É possível estar preparado para discursos e boas práticas de comunicação, bem como para entrevistas e reuniões. Ter o “dom da fala” é construído e todos que querem, conseguem aprender e usar!

Potencial do corpo

O corpo comunica e valoriza a voz e a mensagem. É a forma como as pessoas nos analisam antes mesmo de nos escutarem. Usar mãos, saber abrir a boca e ajustar o olhar compõe uma mensagem mais clara e facilita a realização de discussões construtivas, vendas de ideias, negociações e trabalhos em time, entre outros.

Domínio da voz

A voz é a ferramenta mais importante de comunicação. Definir que tom, qual velocidade de fala e intensidade usar fazem parte da estratégia de sucesso. Compor uma voz que represente o executivo é um ajuste fino e que compõe o posicionamento da marca pessoal.  Além disso, a voz precisa ser saudável e há inúmeras ações que podem e devem ser feitas para ter saúde vocal.

Poder da escuta consciente

Escutar de forma consciente, interpretar, entender os ditos e não ditos durante uma reunião importante ou mesmo no posicionamento público requer certos cuidados. Evitar julgamentos enviesados, treinar a escuta ativa e interpretativa para decidir estratégias e ações visando melhor aproveitamento situacional.

Comunicação a seu favor

A comunicação requer a leitura e a preparação adequada ao contexto em que falamos. Saber qual é seu papel e sua responsabilidade diante de cada situação de comunicação. Os executivos e executivas que desejam se destacar necessariamente precisam ter clareza da mensagem que querem transmitir dentro e fora das empresas.